domingo, 14 de agosto de 2011

#tweetentrevista - Fábio Hazin

1. Espaço para apresentação. Breve descrição pessoal e relação com a UFRPE.
Fabio Hazin, 47 anos, é Prof. Associado e Diretor do Depto de Pesca e Aquicultura (afastado até o dia 20/09, em razão da Campanha). É  formado em Enga. de Pesca pela UFRPE, possui mestrado e doutorado em Ciências Marinhas e Tecnologia/ Oceanografia Pesqueira, na Tokyo Univ. of Marine Science and Technology, pós-doutorado em peixes oceânicos migratórios (NOAA/ NMFS, EUA) e em Direito Internacional do Mar (Rhodes Academy, Grécia)( http://lattes.cnpq.br/2479583060761727). O Professor Brás Callou, 57 anos, é Prof. Titular do Depto de Educação e Vice-Coordenador (também afastado em razão da Campanha) do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e Desenvolvimento Local. É mestre em Extensão Rural pela Univ. Federal de Santa Maria- RS, e doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da USP (http://lattes.cnpq.br/9224131416590265).

2. Como o candidato vê a UFRPE atualmente? E como a enxerga no futuro?
Infelizmente, a UFRPE se tornou uma Universidade cuja gestão se encontra fortemente centralizada e baseada no entendimento equivocado de que o Reitor é eleito para decidir pela comunidade quando, na verdade, ele é eleito para  implementar as decisões tomadas pela comunidade!  O resultado dessa gestão autocrática é uma Universidade cada vez mais distante dos anseios da comunidade e muito mais preocupada com a quantidade do que com a real qualidade do ensino. Estamos  nos transformando, assim, em uma mera fábrica de índices quando devíamos estar formando profissionais competentes e cidadãos críticos capazes de interagir com a sociedade no sentido de transformá-la. No futuro, vemos uma universidade muito mais participativa, transparente e eficiente, que, além de realmente autônoma e independente, promove a liberdade de pensamento e a diversidade ideológica.

3. Se for eleito, qual é a prioridade no seu mandato? O que tem a oferecer a UFRPE como Reitor?
A prioridade será implantar uma gestão centrada na participação, na transparência e na eficiência. É  urgente a construção de mecanismos que assegurem a participação da comunidade no planejamento e na gestão da UFRPE. Para isso, precisamos reformar o regimento , por meio da Estatuinte Já! É crucial também que as decisões tomadas coletivamente sejam implantadas com transparência, a partir de uma gestão  estruturada em metas e prazos claramente definidos. O cumprimento das metas, por sua vez, será viabilizado por um orçamento participativo, baseado em critérios predefinidos coletivamente e continuamente acompanhado, de forma a assegurar a eficiência de sua execução. Como Reitor temos a oferecer a nossa dedicação, competência e experiência de quase 8 anos como Diretor do DEPAq, além de uma forte inserção internacional, que utilizaremos no fortalecimento da instituição.


4. O você têm a dizer sobre o aumento na evasão na UFRPE? Há alguma proposta nesta área?
As principais razões para a  evasão são exatamente a falta de participação dos estudantes nas decisões tomadas pela gestão e uma política equivocada do MEC que está muito mais preocupado com a geração de percentuais do que com a qualidade do ensino. O resultado dessa combinação são salas de aula e laboratórios sem condições mínimas de funcionamento, além de uma total ausência de infra-estrutura para o acolhimento dos estudantes, como Centros de Convivência, Creches, Restaurantes Universitários (ex. UAG e UAST), vestiários com chuveiros, etc. Cultura, esporte e lazer, praticamente inexistem. Por fim, o ENEM/ SISU, com entrada exclusiva pela média,  desvirtua a vocação dos estudantes ingressos. Essa situação só será revertida quando os estudantes passarem a participar diretamente das decisões, inclusive daquelas relativas à aplicação dos recursos, por meio do Orçamento Participativo.


5. O que o candidato tem a dizer sobre a UFRPE liderar número de obras paradas no Brasil? Caso possível, como mudar esse quadro?
Essa triste liderança resulta da forma mal planejada com que foi conduzida a implantação das unidades, associada às graves falhas administrativas nos processos de licitação, contratação e acompanhamento das obras, com um prejuízo inaceitável para os nossos alunos e para os cofres públicos. Jogar a culpa no serviço público é inaceitável. Mesmo obras que não pararam, como salas de aula recém construidas, já apresentam graves problemas de funcionamento, além de não terem acessibilidade (o que é ilegal). É o resultado, novamente, da falta de participação da comunidade nas decisões e da preocupação com a quantidade, com o fazer de qualquer jeito, relegando a qualidade para segundo plano. Realizaremos um diagnóstico imediato de todas as unidades cujas obras se encontram em curso ou paralisadas e envidaremos todos os esforços para a sua conclusão no menor prazo possível.


6. Na UAG faltam salas de aula, a urbanização é nula, data shows para aulas não há! O que será feito? Em quanto tempo?
A melhoria das condições de funcionamento e infraestrutura das Salas de Aula e dos Laboratórios Didáticos é URGENTE, não somente na UAG e UAST, mas na sede também. A primeira coisa a ser feita é decidir COLETIVAMENTE o grau de prioridade que a UFRPE deve dar à qualidade do ensino, que só pode ser assegurada a partir da melhoria das condições atuais altamente precárias. Essa prioridade deverá se traduzir na alocação dos recursos necessários à recuperação de todas as deficiências existentes, por meio do Orçamento Participativo, construído com a participação dos Estudantes, Servidores Técnico-Administrativos e Docentes. O que será feito e em quanto tempo dependerá, assim, exclusivamente do grau de prioridade e portanto do volume de recursos do orçamento da UFRPE que todos nós, coletivamente, e não mais o Reitor e o seu pequeno grupo, decidirmos aplicar para este fim. 


7. Quais as suas proposta para a melhoria da EAD da Rural?
A EAD tem grande potencial para a formação discente, devendo, assim, ser fortalecida e melhorada, mas de forma planejada. Grande parte dos problemas enfrentados pela EAD decorrem da forma desastrada como muitos dos cursos foram implantados, sem a preocupação de garantir aos alunos a infraestrutura essencial para o seu funcionamento. Para melhorar a EAD da Rural, portanto, é preciso, primeiro, melhorar a sua infraestrutura física, com um espaço adequado e sistemas de tecnologia de informação compatíveis  com o número de alunos atendidos. É essencial que os alunos disponham de labs de informática e de material didático impresso, preparado e distribuído com antecedência.  As ementas dos cursos precisam ser revistas, atualizadas e devidamente cadastradas junto ao MEC. Por fim, é preciso criar um programa de treinamento continuado para professores e técnicos.

8. Imagine que é aluno, necessita andar por trechos mal iluminados e sem vigias. Há proposta para que haja segurança na UFRPE?
A segurança é objeto de um item específico da Proposta de Trabalho (http://www.reitorfabio.com.br/arquivos/programa.pdf, pg. 12), incluindo um projeto integrado de segurança, em todos os campi, envolvendo a Polícia Militar e a reestruturação da vigilância, com a implantação de sistemas eletrônicos, comunicação via rádio,  adequação do sistema viário e capacitação continuada dos vigilantes. Além disso, a iluminação dos Campi, nas áreas interna e externa, será reforçada, de forma a propiciar maior segurança aos transeuntes (pg. 18). Por fim, a segurança no deslocamento dos estudantes na sede será aumentada a partir da disponibilização de um microônibus para circulação contínua em todo o Campus (linha circular interna), ao longo de todo expediente de funcionamento da Universidade, que será ampliado no período noturno, inclusive com o funcionamento da Reitoria e outros serviços adicionais.

9. Sobre os problemas de infra-estrutura das salas de aulas (más condições e falta manutenção), há alguma proposta para melhoria?
Além dos comentários já apresentados (Item 6),  todas as Salas de Aula e laboratórios didáticos devem ser adequadas às Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego e da ABNT, incluindo questões como acessibilidade, iluminação, etc. Além disso, o seu adequado funcionamento será assegurado por um "Programa de Manutenção Preventiva" para o monitoramento regular dos equipamentos presentes ou em uso nas salas de aula e laboratórios didáticos, particularmente de informática e ar condicionado, os quais, hoje, são praticamente descartáveis, dada a falta de manutenção. A infra-estrura áudio-visual das mesmas deverá ser também  melhorada, inclusive a partir da instalação de sistemas áudio visuais fixos. É preciso melhorar, por fim,  a infraestrutura e logística para a realização de aulas práticas externas, em particular no que tange ao setor de transporte, incluindo a sua manutenção.

10. Espaço para considerações finais e o que mais achar necessário dizer a respeito da candidatura.
A Proposta do Mudar é Possível, construída com a participação de toda a Comunidade, nasceu do descontentamento com a forma autocrática, pouco transparente e ineficiente com que a UFRPE vem sendo administrada já há anos. A Chapa Mudar é Possível vem,  assim, oferecer uma oportunidade real de mudança, a partir de uma proposta verdadeiramente participativa (e não só no papel), que começa com um planejamento coletivo e  termina com a implementação das decisões tomadas pela Comunidade a partir de um Orçamento Participativo. Aqueles que acham que a UFRPE está muito bem do jeito que está, têm as alternativas de continuação que estão aí colocadas. Mas aqueles que acham que do jeito que está não dá mais para ficar, tem na Chapa 60 do Mudar é Possível uma alternativa real de mudança, na esperança de uma UFRPE muito melhor e na certeza de que Mudar é Possível, além de preciso! 


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